António Borges é descrito normalmente como a mais reconhecida voz liberal do PSD. Ontem, na entrevista que deu na RTP 2, mostrou bem porquê. Chamado a comentar a crise e as soluções do governo socialista, pôs a nu a responsabilidade do crédito barato na formação do problema, descredibilizando a ideia de que atirar dinheiro para cima dos problemas os resolve: apenas os esconde até chegar à altura de pagar no futuro. António Borges salientou aquilo que ninguém vê na espessa neblina do crédito como solução fácil – a poupança como alternativa.
Criticou, sem reservas, um Banco de Portugal que falhou redondamente no pouco que tem para fazer, contribuindo para que o sector que é mais regulado fosse o mais atingido, promovendo depois nacionalizações desnecessárias (disse-o com todas as letras), fomentando a péssima ideia de um Portugal em que ninguém vai à falência.
Criticou, no fundo, a profunda tendência portuguesa para ter um Estado dirigista. E defendeu a liberdade de acção das pessoas. Apresentou-se liberal.
Na SIC, na mesma noite, um Pedro Passos Coelho, descrito por si próprio como liberal, mostrou uma preocupante tibieza na hora de se afirmar como tal, perdido algures entre uma campanha que não chegou a terminar e a promessa a si mesmo de que será líder do PSD, que o vai fazendo viver mais preocupado em vender a embalagem do que em mostrar o verdadeiro conteúdo.
3 de fevereiro de 2009
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1 comentário:
O Pedro devia andar dois Passos e calar-se um tempo !
Um abarço
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