27 de julho de 2009

Rua Direita


A partir de hoje acompanhem-me também nesta nova rua.

http://ruadireita.blogs.sapo.pt/

17 de julho de 2009

Liberdade ou igualdade

Notícias ridículas como esta têm pelo menos uma vantagem: a de provar que a defesa do casamento entre pessoas do mesmo sexo deve ser feita essencialmente com uma argumentação baseada na liberdade e não em princípios ligados à igualdade. Defesa essa que, a ser feita, só poderá ter palco à direita. Assim ela se dispa de complexos e vergonhas e assuma sem medos um valor seu por direito.

A propósito, recupero parte do que escrevi aqui:

(...) uma visão favorável ao casamento homossexual à direita não tem como única vantagem o mero alargamento de posições afirmativas que, por sua vez, aumenta as probabilidades de tal facto vir a ser reconhecido legalmente. A montante dessa questão, de carácter iminentemente prático, está a possibilidade de se tomar o lado do “sim” com argumentos responsáveis e palpáveis. Para lá do progressismo e do modernismo esquerdista – os tais que espalham o medo dos experimentalismos sociais, que esvaziam a questão de qualquer senso e oferecem todo o nexo a discursos mais conservadores – a defesa do alargamento do casamento a pessoas do mesmo sexo pode acontecer com uma argumentação plena de sentido num discurso responsável, toda ela construída sobre o tal terreno próprio de qualquer direita decente: a liberdade.

12 de julho de 2009

Intimista (2)

«Os tempos são ligeiros e nós pesados, porque nos sobram recordações. Quem se alimenta delas sofre e descuida as alegrias, mesmo que sejam rápidas e se escondam da nossa razão.»

[Agustina Bessa-Luís]

Intimista

8 de julho de 2009

Diferenças ideológicas: O que se devia falar…

A crise, já se sabe, tem servido para muita coisa. Serviu, entre outras, para disseminar no léxico português uma palavra nova: neoliberalismo. Poucos saberão ao certo o que significa – para os que se dizem liberais, pouco mais que uma diabolização abusiva daquilo em que acreditam; para os outros, que a usam quase em exclusivo e em forte abundância, como forma de ofender, apontar o dedo acusador, na hora de encontrar culpados para todos os males do mundo.

De repente, uma certa arrogância moral e uma superioridade intelectual levantaram-se pondo em causa o liberalismo (coloquem-lhe o prefixo se quiserem, mas o nome é este). Mais do que isso, as ideias liberais têm vindo a ser ridicularizadas com recurso à crítica fácil e desinformada, através da montagem de mitos e do uso de preconceitos. Neste post (cuja leitura recomendo antes da leitura completa deste meu post), o Cláudio Carvalho, que muito prezo, usa e abusa de tudo isto, confundindo conceitos, ideias e definições. Chega até a confundir PSD com liberalismo. Com todo o respeito, meu caro, permite-me reescrever o post.

Para os liberais, a liberdade, desde que não prejudicial à liberdade de outrém, é a base de uma sociedade moralmente desenvolvida, a base de uma sociedade de valores. Para o PS do Cláudio Carvalho, a quantidade de sal no pão deve ter em conta os princípios higiénicos e de saúde em termos alimentares que eles (ou alguém) acharam correctos. O problema do Cláudio Carvalho é, sem dúvida, assumir que é moralmente superior e que a verdade dele é a verdade universal. Só assim se compreende as afirmações do mesmo, relativamente ao liberalismo – ou como insistem em dizer, ele incluído, o neoliberalismo.

Relativamente ao espectro económico, não haja dúvidas. Não há partido que represente fielmente os liberais portugueses, que olham a componente social, que a economia deve ou devia ter em conta, de forma diferente de um socialista (como é óbvio). O PSD e o PS são dois partidos social-democratas, um mais à esquerda do que o outro. Fale-se a verdade, para os liberais, a educação, a saúde e até a segurança não são um negócio – podem, isso sim, ser geridos de maneira diferente. Do ponto de vista social-democrata, laranja ou rosa, educação, saúde e segurança são “serviços” universais pagos por todos os portugueses, porque contrariamente aos liberais, acreditam que não há portugueses com necessidades diferentes – são todos iguais, ainda que artificialmente.